A Gênese Digital - O Nascimento da "Oficina 🎥" (09/06/2025)
- ufprfilmeacaixa
- 9 de nov.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 5 dias
O projeto nasceu em 9 de junho de 2025 com a criação do grupo "Oficina 🎥" por Lucas Dias Costa, sendo a formação inicial da equipe um processo orgânico com integrantes sendo adicionados progressivamente (Karen Piovam, Carlos Eduardo Araújo, Guilherme Preissler, Duda Radichewski, Naam). Este ambiente digital tornou-se o "Diário de Bordo" do projeto, onde ideias, logística e tensões criativas coexistiam. A criptografia de ponta a ponta, ironicamente, protegeu o que talvez seja o mais valioso: o processo criativo bruto.
Este grupo de WhatsApp funciona como um "arquivo vivo" do processo criativo, sendo através dele, possível analisar a sociologia de uma equipe cinematográfica, a economia dos afetos, a logística da produção e a filosofia da criação artística na era digital.
Fotos: Guilherme Preissler
O Roteiro | "A Caixa" como Texto Fundador
O roteiro de Guilherme Preissler, intitulado "A Caixa", estabeleceu as bases temáticas e narrativas. O enigma central da "caixa" funcionava como um significante vazio, permitindo múltiplas interpretações (alienação laboral? tecnologia? relações humanas?), e as discussões iniciais mostram uma equipe já engajada na decupagem e na tradução do texto literário para a linguagem visual, um desafio clássico da adaptação cinematográfica.
Roteiro Original: Guilherme Preissler
A Materialidade da Produção
O grupo rapidamente compreendeu que fazer cinema é lidar com a materialidade, as mensagens são um testemunho disso:
Props e Figurino: A listagem de objetos (cronômetro, jaleco, caixa, teclado, cartazes) revela o cinema como uma arte concreta. A busca por um "cigarro falso" tornou-se um subenredo, culminando em soluções criativas (palito, celular) que, por si só, narram os limites e inventividade da produção independente. A decisão sobre os animais de estimação para estampar a tela do celular de um personagem foi concorrida.
Locação e Autorizações: A batalha burocrática por salas (613, 113, 116-DPI) e autorizações na Reitoria, é um capítulo essencial da micro-história do filme, mostrando que a criação artística é sempre mediada por instituições.
Fotos: Equipe Oficina
A Construção da Equipe | Atores e Figurantes
O recrutamento de elenco, liderado por Naam, foi uma jornada de antropologia urbana. A entrada de Andressa, Jackie, João e Pietro ilustra a natureza colaborativa e às vezes contingente do casting. A definição dos personagens (Íris, Nico, Hermes, Nereu) e a discussão sobre suas motivações mostram a equipe construindo biografias ficcionais para dar densidade à tela. Entram também os figurantes para o trabalho com Ana Júlia, Cadu, Dilberto, Gabriela, Jade e Rebecca.
Fotos e filmagens: Equipe Oficina
A Teoria na Prática | Decupagem e Storyboard
A fase de decupagem, documentada em planilhas compartilhadas e fotos de quadros, foi onde a teoria cinematográfica encontrou a prática. Discussões sobre planos, eixos e transições (como a "transição digna do elevador" e a referência a A Hora do Pesadelo) mostram uma equipe consciente da gramática visual. O storyboard e os "shooting boards" foram os manuscritos iluminados do projeto.
Fotos: Equipe Oficina
O Set como Laboratório
Os dias de filmagem (15, 16, 20/09) foram o momento da verdade. As mensagens capturam a ansiedade pré-gravação, os imprevistos e a euforia pós-gravação. A dinâmica no set, incluindo a negociação criativa entre direção (Lucas), fotografia (Guilherme) e som (Karen/Carlos), é o cerne do fazer cinematográfico. A concentração foi tamanha que esquecemos de registrar a equipe técnica em atuação.
Filmagem/foto: Guilherme Preissler
A Sala de Edição | Montagem como Reescrita
Sob a batuta de Guilherme, a montagem revelou-se uma reescrita fílmica. Os cortes iniciais, compartilhados e analisados pelo grupo, mostram como o filme foi ganhando ritmo e significado na sala de edição, a sincronização de som, a inserção de trilhas sonoras dramáticas e a difícil decisão de cortar planos, afinal sempre houveram diferenças criativas que tivemos que alinhar no processo, cedendo de um lado, defendendo de outro. É o processo de escultura final da obra.
O Som como Personagem | Foley e Dublagem
A pós-produção de som, liderada por Carlos e Duda, foi elevada a uma categoria narrativa. A lista de sons ambientes e a gravação de Foley (passos, cronômetro, botões) mostram a compreensão de que o mundo filmado é, em grande parte, construído sonoramente. As sessões de dublagem foram o último suspiro para refinarem a performance dos atores.
Registro: Karen Piovam
A Curadoria da Memória | O Site como Arquivo
A idealização e criação do site por Karen, com assistência de Duda, transformou o processo em produto. A compilação de fotos, roteiros, storyboards e relatos pessoais no endereço ufprfilmeacaixa.wixsite.com/filme-a-caixa é um ato de curadoria histórica pois não apenas promove o filme, mas preserva o seu "making off" como um artefato cultural válido por si só.
Registros: Equipe Oficina
Antes da Estreia | A Construção da Expectativa
Na reta final, a campanha de divulgação com cartazes criados por Guilherme e a definição dos créditos finais consolidam a identidade do projeto. A estreia marcada para 18/11/2025 no Anfiteatro 900 não é apenas a exibição de um filme, mas a celebração de uma jornada coletiva de quase seis meses, meticulosamente registrada em 1.700+ mensagens de WhatsApp.

Aguardemos, todos, o dia 18 de Novembro. A caixa será aberta.
Cena: Cidadão Kane


















































































































































































































































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